quinta-feira, 31 de julho de 2008

Dólar, Euro e Futebol

Mais do que nunca o futebol virou mais um show. Um show em que seus astros são muito bem pagos. Se é justo ou não ganharem tanto dinheiro já é uma outra discussão. Mas o que está ocorrendo nos últimos anos é o sentido inverso do curso das negociações.

Nos anos 70 e 80, os atletas permaneciam em clubes brasileiros, senão até o fim da carreira, até chegarem próximos aos 30 anos. Com isso, criavam uma identidade com a entidade e com a torcida. Casos conhecidos como o do craque Falcão que permaneceu no colorado de Porto Alegre até 1980. Já com 27 anos, consagrado, transferiu-se para a Roma. Caso quase idêntico ao do atacante Careca que também aos 27 anos foi para a Europa, também para a Itália, mas desta vez o clube que se rendeu ao talento do jogador brasileiro foi o Napoli. Careca fez parte do time mais vitorioso da história do clube, ao lado de ninguém menos que 'Don' Diego Maradona.

Já nos anos 90 a história foi mudando. Jogadores passaram a sair do Brasil cada vez mais jovens, chegando a sair antes mesmo de jogarem no time profissional de seus clubes formadores. Propostas cada vez mais tentadoras envolvendo muito dinheiro. Você deve estar se perguntando o que a ver o título com o texto.

O que vem ocorrendo nos últimos anos é um fortalecimento da nossa moeda. O investimento pesado em futebol no nosso país, e a péssima adaptação dos nossos atletas às condições adversas de outros países faz com que não seja uma má idéia os atletas permanecerem um pouco mais no Brasil e até fazerem o sentido inverso das negociações. Muitos voltam ao Brasil buscando uma maior visibilidade no mercado para terem mais chances de chegar à seleção e a clubes maiores da Europa, ao invés de clubes do leste europeu, Oriente Médio e Japão, principais centros 'importadores' de jogadores.

Os casos mais recentes são os dos atacantes Daniel Carvalho e Nilmar, do Internacional; Carlos Alberto do Botafogo; Fábio Luciano e Ibson do Flamengo; Kleber e Leandro do Palmeiras; Fabinho do Corinthians, entre outros. Chegará o dia em que o Brasil concorrerá em igualdade de condições com esses centros 'ricos' do futebol pela contratação dos jogadores?

7 comentários:

Loures disse...

Belo texto :D

Lucas Strabko disse...

Excelente texto !

Unknown disse...

concordo com tudo que foi dito no texto.

Existem pessoas que quando se referem ao futebol, falam que são uns "idiotas" que ficam correndo atrás de uma bola com um monte de homem suado encostando nele.......

esse tipo de pensamento está cada vez mais ultrapassado, pois o futebol já é um ramo da economia, é um produto que da muito lucro para quem investe, por isso que tem aumentado cada vez mais o numero de investidores no futebol, e se vc for ver a porcentagem de lucro, ai fica provada a tese de que o futebol tem se tornado um dos maiores ramos da economia

eu diria que o futebol dá mais lucro( em termos de % ) que o tão disputado petróleo, que tem provocado guerras nos ultimos anos

outro indicio quanto a isso é que os paises que sao ricos, estao investindo no futebol, como é o caso do japão, qatar, emirados árabes, china. No caso dos Estados Unidos que trouxe o Beckham e tem chamado a atenção e quem sabe agora os norte-americanos possam desenvolver-se mais e ter times que façam frente aos times europeus e a alguns sul americanos

Vitor disse...

Creio q algum dia o Brasil chegará a fazer muitas contratações internacionais, talvez tantas quanto os países citados têm realizado...o texto ficou muito bom!!! =D

Sem Censura disse...

Infelizmente o futebol virou um mero produto de compra e venda...

O prazer de fazer história em um clube não existe mais, agora o negócio é fazer dinheiro custe o que custar. E não podemos dizer que os jogadores estão errados.

A nós só resta esperar e ver aonde isso vai parar...

* Belo texto. Parabéns, Guilherme.

Unknown disse...

Parabéns Gui!

não só por esse texto, mas por todo o blog! =)

Energia viva, indestrutível! disse...

Valeu Guilherme! Vai fundo, sem medo da aceitação, ou não. Escreva o que pensa. Confie em você e esteja preparado pras críticas, porque certamente elas virão.
Tens potencial! Mas, acima da minha opinião, o seu senso de percepção das coisas boas e ruins é o que deve prevalecer, para que aprimoramentos sejam realizados por você.
Também faço jornalista - 6º Semestre e sou muito auto-crítico. Tô na pista e busco o meu espaço. Boa sorte. Ah! dá uma conferida no meu blog:
http://umtremparaestrelas.blogspot.com
Abçs